Toxicidade nos debates eleitorais em São Paulo

Por: FGV Comunicação Rio

O episódio da cadeirada no debate para prefeito de São Paulo alertou para a questão da toxicidade nos discursos dos candidatos, sendo esse momento o estopim de uma tensão que já estava se escalando durante a corrida eleitoral. Dessa maneira, a FGV Comunicação Rio analisou os debates transmitidos pelas emissoras de televisão Band, TV Cultura, RedeTv, SBT e Record, com os candidatos à prefeitura, José Luiz Datena, Pablo Marçal, Maria Helena, Guilherme Boulos, Ricardo Nunes e Tabata Amaral. Esse processo foi feito através da  transcrição das falas e, posteriormente, de sua classificação. Assim, foi possível categorizar quatro níveis nos discursos: Não Tóxico, Toxicidade Leve, Toxicidade Moderada e Toxicidade Alta.

Datena e Marçal foram os candidatos com maior número de falas tóxicas, com respectivamente, 66,1% e 65,2%. Marçal foi o único candidato que teve discursos classificadas em Toxicidade Alta; Por exemplo, trechos em que ele acusa seus oponentes de crimes de estupro, agressão de mulheres, tentativa de homicidío e provocações a seus adversários, como a fala que antecedeu o episodio da cadeirada, que Pablo Marçal empregou termos depreciativos e acusou Datena de agressão sexual. 

Logo após os episódios de agressão física e/ou verbal nos debates da TV Cultura, RedeTV e Grupo Flow, o debate do SBT atingiu o menor nível de toxicidade, em 32,5%, sem falas de toxicidade alta. De forma semelhante, o debate da Record teve um nível de toxicidade relativamente baixo em comparação aos demais, 48,5%, também sem falas de toxicidade alta.

Além disso, os discursos foram divididos de acordo com o seu apelo emocional, vale lembrar que eles podem ser inseridos em diferentes tipos de apelo. Esse processo foi dividido de acordo com as emoções: Nostalgia, Orgulho, Esperança, Compaixão, Nojo, Medo e Raiva. Este último foi o principal e foi observado, principalmente, nas falas de Guilherme Boulos, Pablo Marçal e Datena. 

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