Imaginários sobre a Inteligência Artificial no debate digital brasileiro
Por: FGV Comunicação Rio
Por: FGV Comunicação Rio
Para entender o panorama da discussão sobre a Inteligência Artificial nas redes sociais, a FGV Comunicação Rio realizou uma análise com os principais temas, estigmas, medos e expectativas em relação à ferramenta nas redes sociais, quais são as percepções sobre os desafios éticos, as aplicações cotidianas e o potencial transformador da IA. Foram analisadas as redes Facebook, X e Instagram, contabilizando no total 365 mil posts nas três mídias a respeito da temática nos principais perfis. O levantamento foi feito entre os dias 1 de janeiro e 31 de maio de 2024.
Os pontos abordados no Instagram, em cerca de 40,9 mil posts, mostram um teor mais otimista. Eles foram classificados em 6 eixos temáticos: Serviços associados à IA (47,48%) ; Cultura e Entretenimento (19,04%); 3) Fraudes, desinformação e violência (16,84%); 4) Produtos comerciais (9,53%); 5) Regulação da IA (3,55%); 6) IA e Saúde (3,26%). Seus resultados abordam uma certa aceitação da IA quanto ferramenta e destacando suas utilidades para os setores públicos e privados.
Na rede social Facebook, foram 12 mil páginas mapeadas e cerca de 3,7 milhões de interações. Os sites de notícia (9,1%) e empresas de mídia/notícias (8,7%) são os que possuem maior engajamento, páginas associadas a variedades e entretenimento também apresentam destaque acentuado. Criadores digitais e páginas de pessoas também aparecem discutindo sobre IA, mas com uma proporção menor do que a do Instagram.
No X, foram analisados 139.761 posts, mapeando imagens que geraram 16 categorias, com 7 prioritárias em uma análise de 144 agrupamentos temáticos, são elas: 1)Produtos e serviços (20,40%); 2) Personalidades (6,59%); 3) Chatbots (5,28%); 4)Conteúdos gerados por IA (4,34%); 5) Empresas de tecnologia (2,78%); 6) Humanóides (1,96%); e 7) estética High-tech (1,59%). O tema com mais interações se caracteriza na rede social como publicidade, imagens comerciais de dispositivos eletrônicos, e por um uso recorrente de bots para a divulgação das promoções.
Além de temáticas, o estudo também analisou quem fala sobre IA, em ambas as redes sociais, perfis que se destacam são páginas dedicadas a publicações de notícias e criadores de conteúdo. Na rede Instagram, mais de 14 mil páginas foram mapeadas, classificadas em 7 atores: 1)Mídia e Notícias; 2)Empresas e Serviços; 3)Influenciadores e Criadores de Conteúdo; 4)Instituições e Outras Organizações; 5) Cultura, Esporte e Entretenimento; 6)Profissionais Liberais: 7) Políticos.
Por fim, o estudo se aprofunda no teor da discussão sobre IA, dividido em três categorias: Otimista, caracterizado em relacionar a tecnologia em uma forte ligação com a dimensão utilitarista e comercial da IA; Pessimista, agindo com medo, relacionado a temas como o futuro das relações trabalhistas e Neutra, sendo 42% das interações, não realizando juízo de valor sobre o tema.
Acesse o estudo completo aqui.
*No momento da realização do relatório, a rede social X ainda estava ativa no país, o bloqueio ocorreu no fim de agosto