Facebook e a divisão climática: um estudo do discurso político brasileiro
Análise por: DRI
Análise por: DRI
- Apesar da urgência de discutir a crise climática no Brasil, a comunicação online dos membros do Congresso continua a ser majoritariamente apolítica e específica para desastres. Quando se compara o volume de publicações sobre questões relacionadas com o clima com o total de publicações, as questões climáticas não têm um volume significativo no discurso online.
- O Partido dos Trabalhadores, de centro-esquerda, de Lula, dominou as publicações no Facebook, com quase 30% do total de publicações e uma frequência ainda mais elevada de 34,2% de publicações sobre temas relacionados com o clima. Em contrapartida, o Partido Liberal, de direita, contribuiu significativamente menos para o debate sobre o clima, com apenas 6,9%.
- O discurso político sobre as mudanças climáticas no Brasil é altamente polarizado, uma vez que os dois políticos mais engajados, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, criticam frequentemente as ações do governo Lula. Em contraste, os outros dois políticos mais engajados depois dos parlamentares elogiam as realizações do governo na abordagem de questões relacionadas ao clima.
- Nas publicações do Facebook relacionadas com o clima, encontramos cinco tópicos principais: (i) Desafios regionais e catástrofes; (ii) Resposta e ajuda governamental; (iii) Prêmio do Congresso para políticos; (iv) Sensibilização ambiental e preocupações globais; e (v) Desenvolvimento sustentável e energia.
As mudanças climáticas continuam sendo um tema polêmico na política brasileira. Os interesses arraigados do setor do agronegócio têm tradicionalmente representado um desafio para a criação de uma política ambiental eficaz e para o cumprimento das metas de emissão estabelecidas pelo país. Desde que assumiu o cargo no início de 2023, o recém-eleito governo Lula tem pressionado pela implementação de maiores proteções ambientais, em forte contraste com a desregulamentação e a postura pró-agronegócio do governo anterior de Bolsonaro. Isto levou a um compromisso renovado na cena internacional e a um maior empenho na redução do desmatamento, que atingiu níveis recorde sob a liderança de Bolsonaro. Antes da participação do Brasil na Cúpula da COP-28 de 2023, no Dubai, o país enfrentou uma forte onda de calor e registou recentemente a temperatura mais elevada de todos os tempos. Esta análise foi realizada por Democracy Reporting International.
Metodologia
Este relatório examina o discurso online em torno das mudanças climáticas na política brasileira ao longo de 2023. Especificamente, os pesquisadores analisaram quais políticos e partidos políticos discutem mais as mudanças climáticas, quais níveis de engajamento eles recebem e a linguagem que usam para abordar esse assunto. Além disso, a pesquisa também examina quais tópicos dominam o discurso climático no Brasil, bem como a popularidade das narrativas de desinformação e negacionismo climático.
Para isso, examinamos como os políticos, especificamente os 594 membros do Congresso Nacional brasileiro, discutem o tema das mudanças climáticas em suas contas de rede social. Como a atual 57ª Legislatura do Congresso Nacional iniciou seu mandato em fevereiro, limitamos nossa análise às postagens do Instagram entre 1º de fevereiro de 2023 e 27 de novembro de 2023. Do total coletado de 229.712 postagens, criamos um subconjunto apenas das postagens relacionadas às mudanças climáticas. Isso foi feito aplicando um filtro de regra linguística construído por pesquisadores da FGV ECMI no conjunto dos dados. Esse subconjunto consistia em 1.627 postagens totais de deputados no período selecionado.
Para a análise quantitativa, utilizámos dois métodos principais para interpretar os posts: (i) modelagem de tópicos, uma técnica que nos permite fazer correspondências das palavras encontradas nos comentários do Instagram à sua probabilidade de associação a tópicos mais amplos, e (ii) análise de engajamento, ums análise do número de interacções (reações, compartilhamentos e comentários) que cada post recebeu.
Este relatório tem duas seções principais: (I) "A crise climática no Brasil", que examina o impacto das mudanças climáticas no Brasil, e (II) "As mudanças climáticas como tema do debate político", que examina as publicações nas redes sociais relacionadas com as mudanças climáticas dos 594 membros do Congresso Nacional, mostrando quais os partidos e indivíduos que mais falam sobre o tema e os seus níveis de engajamento. (II) "O Discurso das Mudanças Climáticas" explora os tópicos e temas associados às mudanças climáticas com base no conteúdo das postagens nas mídias sociais e nos níveis de negacionismo e desinformação empregados em torno do tópico.
A crise climática no Brasil
- O Brasil está sujeito a uma série de desastres naturais, desde secas e temperaturas extremas até enchentes e tempestades. Somente entre 1991 e 2020, foram registrados mais de 63 mil desastres, de acordo com o levantamento divulgado em 2022 pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.
- Os desastres recentes incluem secas extremas: a região do Amazonas, por exemplo, registou a 5ª pior seca da história em Manaus, em setembro. Por outro lado, a região sul do país tem enfrentado fortes chuvas e rajadas de vento, causando inundações e deslizamentos de terra, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
- No Sudeste, São Paulo registou temperaturas recordes durante o inverno, com os termómetros da capital atingindo mais de 34°C. Além disso, no início de 2023, a região litorânea de São Paulo foi assolada por fortes chuvas, deslizamentos de terra e queda de barreiras, resultando em calamidade.
- Esta série de catástrofes naturais em todo o Brasil reflete a profunda vulnerabilidade do país à escalada da crise climática. Esses desastres são lembretes urgentes da necessidade de políticas ambientais robustas e estratégias proativas para enfrentar as mudanças climáticas. Nas seções seguintes deste relatório, observamos como os membros do Congresso discutem a agenda climática nos ambientes online, o engajamento que recebem e os principais tópicos que abordam.
As mudanças climáticas como tema de debate político
- Como primeiro objeto de análise, observamos o volume de postagens dos perfis dos políticos que discutiram temas climáticos e comparamos com postagens sobre quaisquer temas não realcionados ao clima durante o período analisado. Essa comparação é fundamental para entender o grau de importância atribuído às mudanças climáticas para os atuais parlamentares.
- Uma das observações mais relevantes deste relatório é o número relativamente pequeno de posts dos congressistas dedicados ao clima em comparação com outros tópicos. As publicações no Facebook dos deputados relacionadas com o meio ambiente e o clima representaram apenas 0,7% (1.627) do total das suas publicações (229.712) durante o período observado.
Gráfico 1: Volume de publicações relacionadas com o clima em comparação com o total de publicações
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- Para compreender melhor quais os partidos e os deputados que lideram o debate online sobre questões relacionadas com o clima, a análise divide-se em duas partes: quais os partidos que guiam a discussão e quem lidera o debate; ambas as análises consideram o volume de mensagens e o engajamento médio.
Principais partidos
- Para entender quais os partidos mais ativos no discurso online sobre o clima em 2023, comparamos o total de publicações no Facebook de cada partido com a sua proporção de publicações relacionadas com o clima:
Gráfico 2: Os 10 partidos com o maior número de mensagens gerglobais Gráfico 3: Distribuição das mensagens relacionadas com o clima por partido

Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- Os parlamentares do Partido dos Trabalhadores, de centro-esquerda, do presidente Lula, foram os que mais publicaram, quase um terço (29,1%) do total de publicações no Facebook durante o período analisado. Em relação ao conteúdo sobre os tópicos relacionados ao clima, os políticos do PT publicaram com uma frequência ainda maior (34,2%).
- Em contraste, os parlamentares do Partido Liberal (PL), de direita, de Bolsonaro, postaram proporcionalmente menos sobre tópicos relacionados ao clima. Apenas 6,9% das postagens relacionadas ao clima foram feitas por membros do Partido Liberal. Este baixo volume de debate pode ser explicado pelo apoio do partido à desregulamentação da indústria brasileira, uma política que eles perseguiram agressivamente sob o governo Bolsonaro em detrimento das proteções ambientais.
Gráfico 4: As 10 principais partidos com o maior engajamento médio em publicações relacionadas com o clima no Facebook
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- Apesar de constituírem apenas 6,9% dos posts no subconjunto relacionado ao clima, os congressistas do Partido Liberal receberam, em média, consideravelmente mais engajamento do que os outros partidos, cerca de 2022 interações por post. Isso pode ser explicado pela popularidade do partido e pelo conteúdo das postagens do PL, que muitas vezes mostram o governo Lula como escandaloso e apelam para os vieses políticos de suas bases (veja a seção posterior). Os deputados do Partido Liberal, como Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, em particular, possuem um número alto de seguidores nas redes sociais, com mais de três milhões cada um só no Facebook. Estes números explicam provavelmente os elevados níveis de engajamento e mobilização que os políticos populares do PL recebem, independentemente dos tópicos das suas publicações.
- Em contraste, os partidos menores, como o NOVO e o PSDB, tiveram um maior engajamento médio com os seus seguidores do que os partidos maiores, como o PT. Isto pode ser devido ao fato de os partidos menores terem bases muito mais ativas e engajadas. Por exemplo, o deputado Marcel van Hattem (NOVO-RS), cujos posts foram responsáveis pela maior parte da representação do NOVO no subconjunto climático, tem mais de 900.000 seguidores no Facebook. Os deputados de partidos menores exercem frequentemente uma influência significativa no cenário político polarizado do Brasil, exemplificada por figuras como o deputado Marcel van Hattem, um defensor proeminente da agenda política de Bolsonaro nas plataformas de redes sociais.
- Embora os deputados do PT tenham sido responsáveis por mais de um terço das publicações no Facebook relacionadas com o clima, as suas publicações receberam apenas cerca de 229 interacções em média cada, ou cerca de um décimo do engajamento médio do seu principal partido da oposição, o PL.
Principais Vozes
- Além de entender os partidos que potencialmente têm o clima como pauta em sua comunicação online, é interessante observar os deputados federais e senadores que mais postam sobre o tema, alguns dos tópicos que estão discutindo e aqueles que recebem mais atenção online, com maior engajamento médio.
Gráfico 5: Os 5 principais deputados federais com maior volume de postagens relacionadas ao clima no Facebook
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- O deputado Evair Viera de Melo (PP-ES) foi o que mais postou sobre tópicos relacionados ao clima durante o período observado, postando mais do que o dobro do segundo mais frequente. A maioria dessas postagens, no entanto, não era de cunho político, mas sim atualizando seus seguidores sobre o clima em seu estado.
Na imagem acima, o deputado Evair Viera de Meloi (PP-ES) alerta os moradores de uma cidade do seu estado: "Mais recordes pluviométricos de Brejetuba! As chuvas atingiram a cidade na noite desta terça-feira, 31 de outubro. Fiquem atentos, e não corram riscos desnecessários. Tomem cuidado".
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- Os deputados Nilto Tatto (PT-SP) e Ana Paula Lima (PT-SC) postaram com frequência seu apoio às políticas climáticas do governo Lula. Eles promoveram as ações do governo para combater as mudanças climáticas e a ajuda nos casos de desastres naturais:
Quem recebe mais atenção
Gráfico 6: Número total de mensagens e média de engajamento por parlamentar
Source: Facebook | Elaboration: Democracy Reporting International
- Na nossa análise, comparamos os níveis de engajamento dos cinco políticos que publicaram mais frequentemente com os cinco políticos que receberam o maior engajamento nas suas publicações. Encontramos uma disparidade significativa nos padrões de engajamento online: os políticos que publicaram mais frequentemente tendem a receber, em média, níveis relativamente baixos de engajamento. Por outro lado, os políticos que obtiveram o maior engajamento não postavem frequentemente. Esse padrão sugere uma possível barreira à entrada no discurso climático online do Brasil. Os políticos que postam com freqüência e possivelmente são mais investidos, atraem menos atenção no discurso sobre o clima, enquanto aqueles com bases de seguidores maiores conseguem um engajamento substancial apesar de postarem com menos freqüência.
- Essa tendência se torna mais significativa quando se observa que os dois mais engajados são os deputados do Partido Liberal: Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro. Ambos os deputados têm mais de três milhões de seguidores cada um nos seus perfis do Facebook e publicaram frequentemente sobre os supostos fracassos climáticos do governo Lula. A deputada Zambelli, em particular, teve um alto nível de engajamento total em tópicos relacionados ao clima, mais de três vezes em relação ao segundo deputado mais engajado. No post abaixo, Zambelli critica Lula por embarcar numa viagem internacional em vez de visitar uma região devastada por um ciclone em setembro.
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- Dos 25 posts mais engajados no subconjunto sobre o clima, 6 posts - todos dos deputados Zambelli e Bolsonaro - expressaram ceticismo sobre as mudanças climáticas em geral e insinuaram que as mudanças climáticas eram apenas uma arma usada pela esquerda para criticar o governo de Jair Bolsonaro.
- O deputado Bolsonaro,especialmente, proferiu narrativas conspiratórias sobre uma "agenda globalista verde" que está a ser "enfiada goela abaixo dos agricultores" e elogiou os esforços globais dos agricultores para resistir aos esforços do governo para reduzir as emissões.
- Em contraste, os dois políticos mais engajados na sequência foram Dondara Tonantzin e o senador Humberto Costa, ambos membros do PT. As postagens desses deputados muitas vezes elogiaram os esforços do governo Lula para lidar com as mudanças climáticas e transmitiram a satisfação de ter uma administração que aborda seriamente essas questões urgentes.
- Essa amostra indica o atual discurso polarizado em torno do clima na política brasileira, com dois dos políticos mais engajados postando frequentemente no Facebook denunciando as ações do governo Lula. Em contraste, os dois políticos mais engajados seguintes elogiam as conquistas climáticas do atual governo.
- O deputado Marcel van Hattem (NOVO-RS) também recebeu um engajamento acima da média. A maioria dos seus posts relacionados com o clima foram sobre as inundações no seu estado, Rio Grande do Sul, e as medidas tomadas por ele e pelo governo para ajudar as pessoas afetadas. As inundações, causadas por um ciclone extratropical, receberam atenção nacional depois de matar 40 pessoas e deslocar milhares de outras no sul do Brasil. Nas suas publicações subsequentes no Facebook, van Hattem anunciou o seu apoio a um aumento dos fundos federais destinados a evitar catástrofes naturais semelhantes:
O discurso sobre as mudanças climáticas
- O gráfico abaixo apresenta os principais tópicos das mensagens analisadas. A modelagem de tópicos nesta seção é uma técnica que permite identificar e extrair tópicos significativos de um grande conjunto de dados não estruturados, como as mensagens das redes sociais.
- No subconjunto relacionado com o clima, encontrámos cinco tópicos principais: (i) Desafios regionais e catástrofes; (ii) Resposta e ajuda governamental; (iii) Prêmio do Congresso para políticos; (iv) Consciência ambiental e preocupações globais; e (v) Desenvolvimento sustentável e energia. Analisamos cada tópico abaixo para compreender quais os assuntos que eles discutem ao falar sobre cada tema.
Gráfico 7: Principais tópicos encontrados nas publicações relacionadas com o clima
- Ao observar a forma como estes tópicos foram discutidos ao longo do período analisado, verificamos que dois tópicos principais tiveram um maior volume de menções durante 2023, com picos em meses específicos.
Gráfico 8: Principais tópicos encontrados nas publicações relacionadas com o clima distribuídos ao longo do tempo
Desafios regionais e catástrofes
- O tópico de maior destaque foi a cobertura de desastres regionais ao longo de 2023 em diferentes regiões do Brasil. Dentro desse conjunto de postagens, observamos diferentes temas: (i) solidariedade com a população afetada, (ii) alertas informais e dicas sobre ações a serem tomadas devido a condições climáticas extremas e (iii) ações legislativas nas quais os parlamentares trabalharam devido à calamidade. A maioria das mensagens se baseia no primeiro e segundo temas e tem um tom relativamente apolítico.
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Observamos quatro picos de destaque com maior volume de postagens sobre desafios e desastres regionais, refletindo os desastres ocorridos no país. O primeiro deles, em fevereiro de 2023, relata a inundação de várias cidades do litoral brasileiro, especialmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, entre outros. Observamos postagens frequentes de alertas e propostas de ações governamentais dentro desse conjunto de postagens:
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- Os outros picos observados ocorreram em setembro e outubro de 2023. As postagens se concentram principalmente em dois eventos significativos que estão acontecendo no país: enchentes na região sul do Brasil e ondas de calor extremo no Rio de Janeiro. Observamos o tom de solidariedade dos parlamentares, bem como as propostas legislativas.
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
Resposta e ajuda do governo
- O segundo tópico mais proeminente observado nos dados foi a resposta e a ajuda do atual governo às catástrofes regionais. Nesse conjunto de postagens, observamos uma discussão polarizada. Enquanto os congressistas dos partidos da oposição, como o PL e o Novo, criticaram as ações e políticas desenvolvidas pela atual administração, os parlamentares dos partidos aliados destacaram as políticas favoráveis desenvolvidas até então.
Críticas às políticas e ações do Governo Lula relacionadas com o clima
- Os deputados pertencentes ao Partido Liberal de Bolsonaro foram mais propensos a criticar a atual administração do que os de outros partidos. As publicações dos deputados do PL destacaram frequentemente áreas que não melhoraram significativamente durante a administração Lula como prova da ineficácia da administração, alegando que, se o anterior governo Bolsonaro ainda estivesse no poder, tais falhas receberiam um maior grau de atenção e crítica.
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
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Outros afirmaram que os funcionários do governo Lula são corruptos e desviam fundos:
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- Na mesma linha, Lula também foi acusado pelo deputado Zambelli de fingir que se preocupa com o meio ambiente enquanto procura estreitar os laços com a China, um dos maiores poluidores ambientais do mundo:
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
Apoio às políticas e ações do Governo Lula relacionadas com o clima
- Políticos de partidos de esquerda, como PT e PSOL, foram mais propensos do que outros partidos a postar no Facebook seu apoio à ação climática do governo Lula, bem como a defender suas próprias decisões e políticas.
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- Os posts de apoio ao Presidente Lula também se referem à sua atuação junto aos atores internacionais, especialmente no que diz respeito aos esforços atuais para proteger a Amazónia:
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- Em relação à distribuição desse tópico ao longo do tempo, observamos um pico em setembro. Ao analisarmos qualitativamente essas postagens, entendemos que elas se referem a dois eventos principais ocorridos naquele mês: a aprovação do decreto legislativo (PDL) 321/2023 como resposta às fortes chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul, o discurso de Lula na conferência da ONU e o Brasil se tornando presidente do G20 em 2024.
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- Em relação ao discurso de Lula na 78ª Assembléia Geral da ONU, a maioria dos posts apoia os pontos de discussão do presidente e seu papel como líder internacional. A maioria dos posts celebrou a abordagem de Lula ao defender a necessidade de políticas ambientais para combater a crise climática. O mesmo apoio foi demonstrado quando se discutiu a presidência do grupo do G20.
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
Consciência ambiental e preocupações globais
- Neste subconjunto de mensagens, os deputados discutiram a crise climática a nível global e conscientizaram para o seu impacto na sociedade e no meio ambiente. A maioria dos políticos utilizou dias temáticos como o "Dia do Ambiente" ou o "Dia da Árvore" para sensibilizar e debater as ações necessárias para combater as mudanças climáticas.
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- Além disso, dentro desse conjunto de dados, também observamos políticos minimizando a crise climática. Um exemplo é o do deputado federal Eduardo Bolsonaro argumentando que a crise climática é uma forma de governos autoritários implementarem o socialismo:
Desenvolvimento sustentável e energia
- Outro tópico observado nas publicações diz respeito ao desenvolvimento sustentável e à energia. Os posts deste conjunto de dados referiam-se normalmente a políticas mais inovadoras, como o mercado de carbono, um mecanismo crítico no esforço global para mitigar as alterações climáticas:
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
- Entre outros temas abordados, um número significativo de posts discute o Hidrogênio Verde como fonte de energia limpa. O debate ganhou força a partir do momento em que foram desenvolvidas diferentes políticas para fazer avançar essa agenda no Congresso brasileiro. Uma ação legislativa foi o Projeto de Lei 3173/2023, ainda em debate, que visa criar o Prohidroverde - Programa Nacional do Hidrogênio Verde. Outro exemplo discutido foi a criação da Comissão Especial para Debater Políticas Públicas do Hidrogênio Verde no Senado.
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International
Prêmio do Congresso para Políticos
- É interessante notar que, entre os posts que mencionam questões relacionadas com o clima, uma parte considerável, cerca de 12%, fala de um prêmio anual para membros do Congresso organizado pelo Congresso em Foco.
- Muitos políticos utilizaram este prêmio para promover o seu trabalho no âmbito das políticas climáticas. No entanto, estas publicações foram, na sua maioria, apolíticas, apenas alertando para o fato de terem sido nomeados e pedindo votos. O pico observado no Gráfico 6 refere-se ao dia do prêmio.
Fonte: Facebook | Elaboração: Democracy Reporting International