Caso "Taxad": a disseminação de críticas à condução econômica do governo Lula a partir de memes sobre o ministro da Fazenda
Por: FGV ECMI
Por: FGV ECMI
Sumário executivo
Deboche e fragmentação da esquerda marcam debate sobre taxação nas redes
A ridicularização do ministro Fernando Haddad a partir de memes que fazem referência à cultura pop aumentou desgaste do governo na pauta econômica, recebendo endosso por parte da esquerda que compartilha insatisfações com a política tributária do governo
Haddad é ridicularizado pela direita, que utiliza memes fazendo referência à cultura pop
Filmes, séries e outros produtos da cultura pop compõem maioria dos memes contrários a Fernando Haddad. A centralidade do ministro nestas imagens, junto à lateralidade de outras figuras, como o presidente Lula, exibe um cenário no qual o ministro, além de responsabilizado pelo aumento de impostos, é pessoalmente atacado.
Capilaridade dos memes dá impulso à oposição ao governo e aumenta desgaste na pauta econômica
De modo similar ao ocorrido com os memes contrários às gestões de Dilma Rousseff e Michel Temer na Presidência, os memes que criticam a política de taxações do ministério de Haddad contribuem para a fragilização da imagem pública do ministro. Por sua fácil assimilação e seu teor bem humorado, com referências à cultura pop, o meme é evocado como um dispositivo que potencializa campanhas de ataque a figuras políticas.
Esquerda se fragmenta no debate, com parte insatisfeita com decisões na política tributária
Ainda que a maior parte dos perfis de esquerda parta para a defesa de Haddad, se solidarizando com o ministro e traçando comparações com carga tributária do governo Bolsonaro, 6,1% dos perfis envolvidos no debate criticam o ministro pela perspectiva do campo político, alegando uma insuficiência de tributos para elites econômicas e o excesso para a população mais pobre.