Ministra da Ciência e da Tecnologia discute IA nas eleições em reunião do projeto
Sétimo ciclo de debates do conselho fala sobre regulação de Inteligência Artificial
O sétimo ciclo de debates do conselho Mídia e Democracia contou com a participação da Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos. A reunião, que teve como tema “Inteligência Artificial, Desinformação e eleições. - Usos possíveis nas campanhas eleitorais: potencialidades e riscos na ampliação do acesso e regulação dessa tecnologia”, falou também de desinformação e contou com oficina do Democracy Reporting International (DRI) e da Lupa.
Na reunião plenária, a ministra apresentou ao conselho as medidas governamentais para regular a Inteligência Artificial no Brasil, a partir do plano “IA Para o Bem de Todos”, que consiste no desenvolvimento e adoção de um modelo avançado da tecnologia em português. Os investimentos somam, no total, 25 milhões, com o objetivo de fortalecer a tecnologia e consolidar o Brasil como liderança global no assunto. Dessa maneira, o país poderá ter estrutura adequada, utilizando o conhecimento de universidades públicas e empresas públicas, como Dataprev e Serpro.
Os destaques apontados pelos conselheiros em relação aos encontros foram: como o governo pretende fazer a regulação da IA, pensando em câmaras temáticas e num alinhamento de iniciativas estaduais. Estabelecer uma transparência em relação aos recursos contidos no plano sobre a IA também foi um outro apontamento. Na visão da ministra e dos conselheiros, o desenvolvimento das próprias plataformas e satélites de baixa órbita para o uso em telecomunicações é importante para não ter dependência com empresas estrangeiras.
A oficina “Oficina Inteligência artificial e desinformação: como a inteligência artificial pode ser usada para desinformar, deepfakes, diferença entre conteúdo sintético e conteúdo manipulado” alinhou conceitos e identificou ferramentas de IA utilizadas nas eleições, além de refletir sobre a regulação governamental. Para isso, foram estabelecidos os pilares da desinformação, divididos em três categorias: ferramentas, que é o canal da mensagem e a base técnica; táticas, ou seja, é a distribuição da mensagem, e por fim, narrativas, que é o conteúdo da mensagem, utilizando-se das duas anteriores.
Para exemplificar como as duas instituições estão lidando com a IA, foi disponibilizado pelo DRI um guia desenvolvido pela organização sobre a ferramenta, apresentando como estão utilizando ela em outros contextos eleitorais pelo mundo, em países como Índia, Argentina e Estados Unidos, e em casos no Brasil, especialmente durante a tragédia ambiental no Rio Grande do Sul. A Lupa apresentou uma série de checagens do veículo que usavam a IA como ferramenta.