Maria do Rosário e Manuela d'Ávila participam de reunião do Conselho

Violência política de gênero e raça foi o tema do encontro online com especialistas no tema e representantes políticas

No centro do debate, a pergunta crucial ecoou: "O que pode a sociedade civil fazer, frente às dificuldades institucionais de combate à violência de gênero e raça?" As reflexões proporcionadas pelos painelistas ofereceram insights significativos sobre os obstáculos enfrentados pelas mulheres na política e delinearam estratégias para ação coletiva.

 

Maria do Rosário, Deputada Federal e ex-ministra de Direitos Humanos, destacou a necessidade de tirar a violência política de gênero da invisibilidade. Ela ressaltou exemplos, como o impeachment de Dilma Rousseff, para ilustrar como a violência se manifesta de maneira misógina, atacando não apenas as ideias, mas também a aparência e a presença das mulheres na vida pública.

 

A ex-deputada federal Manuela d’Ávila trouxe à tona a falta de resposta institucional diante das ameaças recentes a oito parlamentares, ressaltando a necessidade de os líderes eleitos agirem como escudos para as mulheres que enfrentam violência política. Ela criticou o silêncio do governo diante de ameaças tão sérias.

 

Em complemento, Zakiya Carr Johnson, especialista em inclusão social, destacou a interseccionalidade da violência política, alertando para a discriminação acentuada enfrentada por mulheres negras, indígenas e latinas. Ela enfatizou como a violência virtual afeta a participação política das mulheres, criando um ambiente hostil que busca silenciar novas vozes.

 

Clarice Tavares, coordenadora da área de desigualdades e identidades do InternetLab, também participou do encontro e apresentou dados alarmantes sobre a violência política de gênero na internet, destacando a importância da sociedade civil na articulação com plataformas e órgãos públicos para garantir a proteção das mulheres na política.

 

O debate evidenciou a urgência de ações concretas para enfrentar a violência política de gênero e raça. A interseccionalidade dessas violências exige uma abordagem ampla e colaborativa, envolvendo a sociedade civil, as plataformas digitais e as instituições governamentais. O Conselho Mídia e Democracia encerra esse ciclo de debates, comprometido em promover ações que fortaleçam a participação política das mulheres, garantindo um ambiente seguro e inclusivo para todas.